quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Les nouvelles

Cheguei quase agora da rua, passei o dia resolvendo coisas. Pois coincidentemente ou não estou me mudando sexta-feira. Mudanças são sempre bem-vindas e nesta época do ano, então, vêm vitaminadas de esperanças. Estou tão otimista para o próximo ano. Deixa eu explicar a mudança. Irei para um outro apartamento, maior, melhor, mais tudo. Não sei, mas sempre que me mudei o otimismo era renovado no meu ser.

Estou cheia de planos.

Vamos ser todos felizes na nossa nova morada. Tenho certeza. O novo prédio fica perto de um centro espírita que irei freqüentar com mais afinco e quem sabe não passo a fazer um trabalho sistemático lá.

Há oito anos morava aqui. Cheguei uma menina. Acreditava em tantas bobagens na época. Hoje meus valores mudaram muito. Sou mais livre da influência dos meus pais, distanciei-me um pouco deles, uma distância benéfica, boa mesmo. Estou mais livre Tb.

Eita quase que esquecia de mencionar que hoje é véspera de Natal. Como estou às voltas com a mudança e arrumação de tudo, ficarei por aqui. Abdicarei da ceia com a família pra ganhar tempo. Acho que prefiro confraternizar de outra forma.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sensações dialéticas

Fazer Mestrado é uma coisa boa e ruim. Boa porque amplia profundamente a sua visão do mundo, modifica, de alguma forma o seu ser ( tou falando da minha experiência no campo das ciências humanas). Você passa a treinar o olhar analítico, mais filosófico, reflexivo mesmo. E não é uma análise jornalística superficial e vazia não. É bem maior.

Como o meu objeto de pesquisa está no campo das artes, esta postura “metodológica” de avaliar tudo também se refletiu na minha relação com a música, as artes visuais e acima de tudo, literatura e cinema. Acho legal isso. Dá uma sensação boa de consciência e racionalização das coisas. E não estou me referindo ao academicismo exagerado e nem àquela erudição forçada.

A parte chata é que a pesquisa te consome de um jeito inimaginável. Além da dedicação do tempo real, cronológico, há uma ocupação subjetiva que permanece em vc todos os momentos. E quando a gente está na fase de escrever então, é uma coisa louca. Notei que algo, do ponto de vista das emoções e psicológico, foi alterado em mim. Sem contar que vivo numa angústia terrível que mistura medo da banca e o lance do compromisso produzir uma coisa legal.

Como a dissertação, ou melhor, o mestrado está onipresente na minha vida, não pude ler nada que não fosse ligado a minha área. Então, ao invés de romances, contos, poesias e ensaios críticos, que tanto gosto de ler, entraram livros teóricos sobre cinema, literatura. Troquei Guimarães e João Cabral por Ismail Xavier, Sylvie Debs e outros mais. É chato demais isso. Não nego que tenho tesão em ler livros de pesquisadores da minha área, mas o prazer da escolha é bem mais legal. Por isso, uma pilha de livros e uma lista de títulos, que cresce semanalmente, estão se formando em casa para serem contemplados no próximo ano.

Enfim, o blá blá todo foi pra dizer e justificar que não teria como indicar livros bacanas este ano pq simplesmente eles não existiram na minha vida.

Pegou colou

A melhor banda de todos os tempos da última semana é sem dúvida Beirut. Confesso a minha ignorância e afirmo que conheci o grupo por causa da minissérie da Globo. Podem atirar pedras os mais radicais. :P

Ouvi, apaixonei-me, baixei os CDs, EPs e tudo mais e agora sou a fã mais ardorosa desses americanos. (Tá vendo aí? Os States ainda conseguem produzir coisas muito legais).

Som neo-folk, com letras que grudam. Formação com instrumentos que te remetem a outra dimensão anacrônica, algo tipo, outra encarnação mesmo. Impossível não ter simpatia pela sonoridade deles.

Não sei se toda vez que os escuto lembro-me de Capitu ou talvez lembro-me de Luiz Fernando Carvalho e por isso a interação e fruição diante da música do Beirut vem de graça pra mim. Foi uma grande descoberta que deixou o meu dia mais feliz.


Brincando de ser tosca

Continuarei falando do CCS. Ouvi-los é uma aventura boa. Sabe por quê? Você se exime da culpa de ouvir algo da grande indústria, sim por que eles têm um elemento descompromissado forte que pressupõe alguma coisa. A batida eletrônica, somada às letras bizarras também tem um efeito positivo. Na realidade, é bom ouvir o sexteto na night ou em festinhas domésticas, pois pela puerilidade do som e das letras não dá pra curtir no nada, entende? Tipo, sentar pra ouvir não rola.

O que eu mais gosto é que eles fazem música sem nenhuma pretensão de ser brazuca. Sem aquela mesmice de evocar os Mutantes ou algum clássico do cenário eletrônico. Ser aquilo mais do mesmo. O conjunto da sonoridade deles é o oposto disso. Criatividade é um dos pontos fortes. Neste sentido, a letra de Art Bitch aponta um pouco pra isso: “I ain't no artist/ I am an artbitch/ I sell my paintings to the men I eat/ I have no portifolio/ and I only show/ Where there's free alcohol”. Sem preocupações artísticas, sem propostas estéticas vazias. Eles são feito aquelas relações que começamos sem expectativa, sem esperar nada, e de repente nos surpreendemos.

A mis en cene deles também é bacana. Como falei no post anterior. Tiração de onda, brincadeira. O look da galera é instigante. O clima descontraído não está apenas nas letras, é transmitido também no palco.






Continuando a série dos melhores do ano. Melhores discos:

Little Joy
Acabou Chorare (relançamento dos Novos Baianos)
Mallu Magalhães

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CCS

Cansei de Ser Sexy, ou melhor e mais atualizado, CSS é uma bandinha fashion paulista bem bacaninha que conheci faz um tempinho e que voltei a escutar este ano. Gosto das batidas eletrônicas e da pegada rock, mas a melhor coisa são as letras bizarras e que tiram onda com tudo. Adoro.



Tenho três desejos de consumo no momento:
1) Assistir ao filme Pan cinema (sobre Wally Salomão)
2) Comprar as poesias completas de José Paulo Paes
3)Comprar o livro com textos de Ana Cristina Cesar


Estou me devendo um post sobre a minissérie Capitu.Preciso pagar, ou melhor escrevê-lo.

Faltando alguns dias pra terminar o fatídico 2008, iniciarei a série os melhores do ano.

Melhores acontecimentos

1º Viagem em julho com os amiguinhos
2º Chegada de Nara, minha gatinha
3º Enapa
4º Promoção no trabalho


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ctrl c + Ctrl v: Euforia pré-show

Esse texto não é meu. Saiu na FSP, dia 1º de dezembro. Acho que elas conseguiram traduzir as minhas sensações, ou seja, de uma fã com euforia pré-show.

DESDE PEQUENAS, uma euforia pré-show toma conta de nós quando algum evento muito importante se aproxima. Podia ser o Papai Noel de helicóptero sobrevoando o Maracanã ou o Rock in Rio 1, a que nossos pais nos levaram. E também o Rock in Rio de 2001, quando já éramos grandes e fomos sozinhas. (Atenção, se você está achando a gente velha, tudo bem, mas pense que, com o tempo, a gente acumula milhagem em shows vistos, o que é ótimo.)

Mas recentemente tivemos poucas experiências assim. Não que a gente não tenha surtado quando viu o Iggy Pop ao vivo. E não que uma de nós não tenha praticamente virado outra pessoa no show dos Beaties Boys. Mas há tempos não nos preocupávamos com ingressos histericamente e não sentíamos um frio na barriga que.. bem.. só é causado por ela, nossa querida EPS (euforia pré-show).

Até que na semana passada tudo mudou. Voltamos a sentir uma sensação estranha no corpo, a boca seca, e a falar várias vezes por dia a palavra ingresso com o fanatismo de um bofe em dia de final do Brasileirão.Tudo porque foram confirmadas duas datas de shows do Radiohead no Brasil: dias 20 e 22 de março. A euforia foi tanta que até começamos a combinar com amigos de ir para a fila antes do horário de início da venda dos ingressos, onde ficaríamos espremidas em um bolão e seríamos entrevistadas por um repórter do Folhateen que faria uma matéria sobre os "malucos que dormiram na fila do Radiohead". Desistimos dessa hipótese depois de pensar nesse mico.

Sim, vai vender pela internet, mas achamos que o site vai dar pau e ficamos muito nervosas.O mesmo nervoso que vimos os amigos fãs da Madonna passarem, enquanto ríamos do alto de nossa majestade de "garotas que não estão nem aí para a Madonna". Agora sabemos o que eles sentiram.

Sim, essa euforia pré-show é uma coisa quase incompreensível pra quem não é do rock. Nunca fomos numa micareta, mas achamos difícil acreditar que alguém fique com tanta expectativa para um show do Asa de Águia. (CONCORDO DEMAIS COM ESTA COMPARAÇÃO)





Librianizando o Natal

O Natal tá chegando e eu ainda não me dei conta. Já fui a confraternizações, ou seja, engordei horrores, já recebi o 13º, mas mesmo assim, a ficha não caiu. Não fui contaminada pelo clima do bom velinho, apesar das luzes nos prédios, nas fachadas e nas praças insistirem em aparecer.

Talvez seja a minha formação marxista que sempre liga a data ao consumismo ou talvez meu espiríto esteja imune temporariamente às convenções. De fato, há alguns meses a dobradinha: mestrado e trabalho tem me tirado do sério.

Voltando ao Natal, esta época evoca em mim uma necessidade de balanço, de retrospectiva,... Como boa libriana que sou, gosto de racionalizar, avaliar, medir tudo e neste período as coisas ficam mais afloradas. Por isso, às vezes me recolho, fico na minha, reclusa no meu mundinho cor de rosa. Depois, ah depois, depois vai ser só festa. Casa nova, planos novos e quiçá rumos novos.

Em tempo: Eu nem toquei no assunto pelo aspecto religioso né? Aí sim, teria muito o que falar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bienal da vergonha

estão todos falando da polêmica da prisão da pixadora em São Paulo. Existem várias perguntas em torno do fato e acho que elas são bastante pertinentes.

1º A pixação é crime ou forma de manifestação?
2º Até que ponto a polícia, ou melhor, a Justiça tem ingerência sobre as ações artísticas?
3º É lícito deixar uma jovem presa por quase dois meses sob a acusação de violação do patrimônio público?
4º A grafitagem é uma atividade artística?
5º Até que ponto a interatividade e relação do público com a obra de arte era uma atividade legitimada na 28º edição da Bienal?

Como vocês devem ter percebido, pelas minha proposições, o meu posicionamento em tal questão é bastante contrário à postura da polícia, da Justiça e, sobretudo, da curadoria da Bienal. Há muitas coisas implícitas na prisão e manutenção de Carolina Pivetta na cadeia. Acho que a grafitagem é uma manifestação artística contemporãnea e, portanto, a ação da jovem paulista não deve ser compreendida isoladamente e sim como uma resposta e provocação ao modelo e direcionamento político-cultural da Bienal. Neste caso, a própria proposição da Bienal, que havia colocado um espaço em branco, pode ser compreendida como uma possibilidade de interlocução com o público.

O que mais me admira é o silenciamento da curadoria, das entidades e pessoas envolvidas na questão da arte visual no Brasil. É espantoso, que um setor da sociedade considerado tão de vanguarda, no caso, as artes, fique à margem de toda a discussão e desdobramentos que o fato teve e terá.

A prisão também tem a possibilidade de outra perspectiva como, por exemplo, o que é considerado manifestação artística contemporânea e, sobretudo, como as bienais, museus e galerias ainda trazem consigo a aura medieval mesmo com toda a dessacralizaçaõ já colocada por Duchamp há quase 100 anos. Lamentável demais.

Ainda não li o artigo do Paulo Herkenhoff. Tenho certeza que ele, um dos meus críticos de arte preferidos, vai iluminar ainda mais a questão.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

lombrices

os finais de semana podem soar um pouco dolorosos para quem está solteiro. é sempre difícil encontrar-se, eu sei, mas o exercício solitário da reflexão especular é bem interessante. acredito que não devemos nos furtar de viver isso, pois o traçar da nossa auto-imagem diante do espelho é valioso para que saibamos no encontro com o outro onde começamos e, sobretudo, quais as nossas formas e traços, sejam eles físicos ou psicológicos. no entanto, como este caminho não é obrigatório, muitos preferem abandoná-lo mesmo sem experimentá-lo. preferem fugir, de alguma forma, caindo naquele velho esquema de festas intermináveis e saídas obrigatórias de final de semana. eu proponho o contrário, sugiro a todos a possibilidade do enamorar-se no sentido mais singelo e profundo. como naquele breve momento que, tal qual o primeiro esboço de sorriso de um recém-nascido, temos consciência de nós mesmos.

This Is Not A Love Song

A vibe agora é colocar som em festinhas alheias. Acho que aquele setlist que preparei para a festa francesa agradará bastante. Vamos ver. Bacana brincar de DJ, observar a galera se divertindo, divertir-se e perceber o impacto da música nas emoções do povo. Tem setlist pra vários tipos de festa, das mais comportadas com um público mais velho às mais descoladas para uma galera meio indie. Agora tem uns sons que não podem faltar em nenhuma festa: Amy, Fernanda Porto e uns remixes que fiz da Nina Simone. O bom, não, o melhor é que é tudo de brincadeira sempre. Sem compromisso de nada. Só pra confraternizar.

Falando em música, eu queria tanto que todo mundo conhecesse Cat Power, Nouvelle Vague, Belle & Sebastian e outras... Conhecê-los iria fazer estas pessoas melhores, tenho certeza.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ela 16, ele 30. e daí?

tá todo mundo falando do namoro da mallu magalhães com o marcelo camelo e eu que adoro uma fofoca vou me posicionar. sim, pq como boa brasileira que sou é mais fácil eu emitir minha opinnião sobre a relação dos dois cantores, sobre os rumos da novela das oito do que sobre as decisões políticas de lula e, sobretudo, as decisões da sua equipe econômica.

mas voltando ao assunto, confesso que tenho uma certa propriedade pra falar do assunto, pois já namorei carinhas mais velhos, ops bem mais velhos que eu. há um tempo namorei sério um cara que tinha, digamos, uns vinte anos a mais que eu. foi o meu máximo. mas vamos à questão: o que provoca o incomodo? o fato dela ser adolescente e ele adulto? o fato dele ter uma história profissional que ela não tem? ou fato da relação pressupor a experiência sexual que talvez ela não tenha? de fato, eu fico incomodada com estas especulações, pois todas estão baseadas em mitos e em falácias.

o namoro entre pessoas de idades diferentes é algo encantador e para mulher dá uma imensa segurança, pois pensamos que por ser adulto e ter vivido mais experiências ele não correrá o risco de cair em algumas armadilhas adolescentes como a instabilidade emocional, por exemplo. mas em contrapartida, talvez essa seja outra falácia. se a mulher for mais madura, mesmo sendo mais nova, vai ser bom também pq ela poderá ter a possibilidade de experimentar conviver afetivamente com um cara que estará na mesma vibe.

a parte delicada é que o cara mais velho traz histórias, muito maiores que ela, e que nem sempre formam o tal saldo positivo. ele também estará em outro momento da carreira profissional e neste caso, será importante ter uma certa compreensão de ambas as partes para sacar as nuances deste detalhe, como por exemplo, salário maior, ou então mais tempo de ralação mesmo, já que se está começando. qto à questão sexual, talvez, seja um ponto positivo, pois a condição de aprendiz beneficiará tanto a um qto a outro. um por se sentir mais seguro, sendo o professor e tal. o outro por poder desfrutar desta experiencia.

há que saber tb que ele pode trazer filhos e ex-mulher e se a gente não tiver predisposta a viver a história esses personagens acabam tornando-se ônus muito caros.

agora pra se viver um amor que de certa maneira foge dos padrões é preciso estar em sintonia, ter parceria não só física como emocional. tem que ter tb muita disposição para compreender o outro e isso é uma mão dupla. teria tanta coisa pra falar, mas acho que a esta altura torço para camelo e mallu, torço pela vitória das relações, das paixões, do romance.

voltarei pra falar de camelo depois.

em tempo: post inspirado depois de assistir ao vídeo no blog de carool.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

atenção: cuidado com as fontes

as festas de final de ano, os planos para 2009, a preguiça de final de ano, as confraternizações... tudo colaborando para eu não postar em dia. mas pra não me acusarem de abandono. hehehe.

eu sou uma eterna admiradora e deslumbrada por todas as possibilidades que a internet traz, mas tem uma coisa que realmente me incomoda na web, ou melhor, no correio eletrônico, são os textos atribuídos a pessoas que não os escreveram. existe um verdadeiro compêndio de textos de drummond, fernando pessoa, clarice lispector... não precisa ser especialistas nestes autores para sacar que os ditos textos não são de suas autorias.

o mais bizarro nisso tudo é que as pessoas passam a apropriar-se destes falsos textos em seus orkuts, distribuindo-os para seus contatos na net e achando que estão dando pinta de inteligentes e intelectuais. tenha dó. quem conhece clarice sabe que ela não ia se ocupar em escrever definições bobas, de auto-ajuda. ao contrário, sua escrita revela uma densidade profunda, cortante até mesmo nas coisas prosaícas. a mesma coisa drummond que tenho certeza que não falaria do amor com o tom da pieguice, de lugar comum. então, quando quisermos utilizar os nossos escritores é melhor irmos à fonte, ou seja, suas obras, para não cairmos no conto do vigário e proclamarmos a ode aos textos falsos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

New Orleans não saí de mim

tou numa fase totalmente jazzística, então neste momento eu deveria estar em New Orleans flanando pelas ruas de Bourbon Street's . Ficaria lá até o Jazz Festival. Mas antes curtiria o Mardi Gras durante o carnaval. Todas as noites sairia com meu amor pra ver uma galera tocando. Nesta época alguns nomes estariam de passagem pela cidade: John Coltrane, Miles Davis e Chet Baker. Coincidentemente eles são meus favoritos. Era pra ser sobre jazz, mas acabou virando ficção.