domingo, 15 de agosto de 2010

Balança mas não cai

O final do ano não chegou ainda, mas a sensação que tenho é que estou fechando um ciclo e aos poucos entro no meu novo ano. Agora, escrevendo, lembrei que isso pode ser pq está perto do meu niver, mas na realidade o que me motivou voltar aqui e escrever foi a tentativa de compreender tudo o que se passou, aquela velha coisa de pensar na experiência e no saldo positivo no meio do caos.

Aprendizados, choros, angústias e perdas marcaram os últimos tempos. Ao mesmo tempo reencontrei-me com uma Raquel melhor, mais espiritualizada, equilibrada e paciente. Uma espécie de protótipo do joão-bobo que foi ao chão algumas vezes, mas que por natureza tende a ficar de pé.

De todos os fracassos, o que me mais me doeu foi a morte de Nara, a minha gata-filha. Dos outros, sobraram algumas lembranças e restos de mágoas. Ainda tento elaborar e digerir alguns e espero estar livre de todos em um futuro próximo. A mudança não ocorrida, a viagem não realizada, a expectativa frustrada, os nãos cortantes, os sins que não vieram, as despedidas, os esquecimentos, nada dói mais do que ter que sentir a ausência da minha bichinha.

Desculpem a amargura ou o tom excessivamente confessional. Não estou deprimida, nem triste só vivo um momento de hiper-realismo que é preto e branco e sem som. O romantismo pós-adolescente pulou pela janela, o idealismo juvenil evaporou e a alegria infantil e descomprometida esvaiu-se, restaram o otimismo, a plenitude da proto-maturidade, o amor e meia dúzia de certezas tolas.

2 comentários:

Pétalas de esperança disse...

Amiga!
O texto é incrivelmente lindo!! Bem escrto! Digno de quem lida com as palavras de forma muito íntima e sábia. O conteúdo do texto é triste, desalentador.... Mas como eu posso falar em desalento se vivo um desencanto, um luto permanente e uma fase de auto controle sem tamanho.... Viver, definitivamente, não é uma tarefa fácil... Mas se eu ainda esto aqui, escrevendo, devo um pouco a você. Sigo o seu exemplo de equilíbrio e fé naquilo que não vejo ou sinto... Esta fé na ceretza que a minha mãe está bem, é o que me move aqui. E a você, Deus enviará lindos anjos protetores que vão curar tudo!Lembre-se que o que não volta mesmo é alguém que já se foi, o resto corremos atrás novamente. Bjooo grande!

Jairo disse...

Um show de palavras... mesmo tristes, mesmo meio cortantes... mas o fundo é o que me agrada mais: intenso... bjos