segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Desabafo

Nunca pensei que uma merda de um assalto ia me fazer refletir tanto. Sabe quando você se sente ultrajada? Passei por esta sensação na última semana quando ocorreram dois fatos inusitados: na segunda, recebi um telefonema de um cara que me ligou para dizer que havia sido assaltado no sábado dia 18 que levaram o carro dele e tal, que o carro que o assaltou era o meu e que por acaso o local do assalto foi na minha rua, coisa de uns 100 metros. Isso me deixou abalada. Aí, depois, na sexta, quando estou indo pegar o ônibus vejo o meu carro trafegando na avenida normalmente. Foi a gota d’água. Aquilo me feriu profundamente. Não pelo fato de ver o meu carro, mas pela impunidade, pela insegurança, por um sentimento que não sei nem precisar. O cara ficava passeando de carro como se fosse normal, tudo muito tranqüilo.

No sábado, às 7h15 recebo um telefonema de um agente da PRF. Encontraram o bendito carro. Roubaram todo o que podiam bateria, pneus, extintor... Tudo terminou.

Mas ficou aquela sensação estranha, descrença. Espero que passe.

****************

Confessei a minha experiência pra poder refletir sobre a segurança pública e sobre a violência, ou melhor, o estado de violência que vivemos.

A quem devemos recorrer? A ineficiente polícia civil que, como todos sabemos, é sucateada, desonesta, recebe baixos salários, não tem infra-estrutura, não consegue dar conta da demanda,...

O pior é que somos conscientes de tudo, mas a ficha só caí quando precisamos do seus serviços. Na realidade, a classe média, vive numa pseudo-blindagem, uma suposta tranqüilidade.

Agora, luto para não mudar meus hábitos, para não entrar na paranóia de que serei a próxima vítima a qualquer momento.

Na realidade, a impunidade está em todos os lugares, ela é a quase sinônimo do meu país. Infelizmente.

2 comentários:

Aureliano Buendia disse...

Olá, minha querida. Fiquei triste de saber que você foi vítima dessa violência que domina Recife. Infelizmente ela se generalizou de um jeito tal que a todo momento ficamos sabendo de um fato novo, ocorrido com alguém próximo, isso quando não com nós mesmos. É a roleta russa de viver e se locomover pela cidade. Espero que você se recupere emocionalmente e que nada mais de mal lhe aconteça.

Raquel do Monte disse...

artur vc é um fofo. obrigda pelas palavras e pela solidariedade. detalhe: vc foi o primeiro a comentar no meu blog. isso é histórico. hehehehe. bjs