domingo, 9 de novembro de 2008

pseudo-musicologismos

vivi duas experiências musicais na última semama: o concerto da Osesp e o filme Saravah. No primeiro pude perceber de perto o virtuosismo de uma orquestra com 120 músicos (aqui no Recife só estavam 105). Era tudo tão perfeito que confesso que ficava procurando em alguns momentos um erro, uma entrada sem sincronia, uma nota errada e tal. Mas não aconteceu. Gostei do programa também. Teve Camargo Guarnieri, Verdi e Mahler. Teve também Clóvis Pereira - a parte mais emocionante para o público pernambucano, pq o Clóvis estava na pláteia. A Osesp sempre foi uma grande referência pra mim. E segundo os críticos, é a orquestra mais importante da América Latina. Em vários momentos durante o concerto emocionei-me e nem sei o motivo. Nem conheço muito música clássica assim, mas fui tocada. Durante o espetáculo tb lembrei-me dos tucanos, especialmente Mário Covas e FHC, que têm um certo envolvimento com o projeto Osesp e tal. Nisso aproximo-me deles, já o resto... Agora o Jonh Neschling merece um capítulo especial nas minhas observações: lembrei de cara das acusações que giram em torno da sua administração à frente da orquestra (lembro ter acompanhado toda a polêmica pela Folha há um tempo). Também pensei na Patrícia Melo, sua esposa, e no seu livro Valsa Negra que dizem as más línguas ser um pouco inspirado no universo do marido e no próprio regente. Pensei: será que ele vilão? Será que é mocinho? Torço pra que ele seja vilão, prefiro os gauches. Neschling é o cara.

A outra “experiência” musical foi assistir Saravah no sábado passado, dia 1, durante a a mostra. Sei lá, quando a gente vai mostrar a outras pessoas uma música, livro ou filme que vc é apaixonado fica sempre aquela sensação meio estranha de saber se o seu tal obj. de veneração tocou tanto o outro como toca vc. No caso de Saravah, nem gosto tanto do filme assim, mas aqueles personagens são muito significativos pra mim. Aí, perceber que no meio da sessão as pessoas estavam tão envolvidas pela proposta que cantavam junto foi bem tocante pra mim. Fiquei comovida. Mas voltando ao filme, depois de assisti-lo fica aquela sensação de que nasci na geração errada ou que aquela geração era bem melhor. O filme é um documentário de francês, Pierre Barouh, que, encantado pela Música Popular Brasileira, vem ao Brasil filmar ícones como Bethânia (que aparece linda, supernovinha), Pixinguinha, João da Baiana e o lindíssimo Paulinho da Viola. Então, a partir do encantamento e da possibilidade de conhecer a nossa MPB ele senta com a galera no bar, toma cerva e aí os nossos orgulhos nacional começam a cantar lindas canções. Tudo tão lindo, perfeito. Referi-me apenas à música, pois o filme tem lá minhas ressalvas.


Eu sempre fui muito atraída pela música, tudo como leiga, claro. Na música não consigo racionalizar nada. Apenas sinto e ela me faz tão bem. Tenho uma música pra cada momento da minha vida, cada paixão, cada sensação. Para os meus últimos amores, por exemplo, dediquei silenciosamente canções da banda Nouvelle Vague e Belle & Sebastian, respectivamente. Tive um namorado antigo que depois de acabarmos tive que suspender temporariamente do meu Ipod Zeca Baleiro e Vanessa da Mata, pois ouvi-los me fazia reviver cada frase, cada gesto que àquela altura soavam-me extremamente doloroso. Hoje, retomei o Zeca e abandonei a Vanessa.

3 comentários:

Anônimo disse...

ow, amiga...eu tb sou assim em relação a algumas músicas...algumas voltam, sem siginificado algum, já outras eu não quero ouvir nunca mais na vida, exorcisei mesmo. rsrsrsrs. e que bom que tu viu a osesp aí! não sabia do concerto! qto ao filme, acho particularmente emocionante maria bethania cantando frevo nº 1 (ou 2?)...ouvindo daqui, então, é ainda mais.
lindo texto!
beijão,
manu.

Anônimo disse...

valha meu deus que show de horrores gramaticais num post só!!! "siginificado"??!!! ahahaha! e que festival de "agum, alguns" é esse?
=P

Raquel do Monte disse...

essa minha amiga. nem percebi os "horrores gramaticais" foi onde mesmo? e diga lá, eles até que bonitosos. bjs